A.I. - Artificial Intelligence



A.I. - Artificial Intelligence - é um Steven Spielberg clássico, com um pequeno toque sombrio. O filme tem todos os detalhes característicos do mestre do entretenimento. Faz chorar, rir, tem toneladas de efeitos especiais, um discurso humanista, E.T.s bonzinhos, robôs que amam e que querem ser amados, personagens perseverantes que querem voltar pra casa [ou ter a família de volta], meninos expressivos e talentosos. Enfim, A.I. não decepcionou, embora não tenha surpreendido. O tom 'dark' do filme pode ser creditado ao cineasta Stanley Kubrick, que foi quem teve a idéia de fazer um filme sobre inteligência artificial, depois de ler o conto do Brian Aldiss chamado Super-Toys Last All Summer Long. Spielberg colocou a idéia em prática, depois da morte de Kubrick em 1999. O resultado com certeza iria agradar ao autor de 2001- Uma Odisséia no Espaço e Laranja Mecânica.

O filme se inicia numa reunião do grupo de criadores dos robôs com inteligência artificial. Um dos cientistas (William Hurt) lança o desafio de se construir um robô que possa amar e retribuir sentimentos. Uma questão é levantada: os humanos serão capazes de amar esse robô, como eles amariam uma criança de verdade? O casal Harry e Monica (Frances O'Connor e Sam Robards) irá demonstrar na prática se esse amor recíproco e incondicional entre humanos e robôs será possível. Quando o filho do casal (Jake Thomas) sofre um acidente e fica em coma sem perspectivas de melhora, o pai traz para casa o primeiro robô criança com uma programação que, se ativada, poderá fazer com que o menino tenha os mesmos sentimentos com relação aos pais que uma criança normal teria. David é ativado para amar Mônica, mas quando o filho em coma recupera os sentidos e volta para casa, entrando em conflito com o menino-robô, a família decide que é melhor dispensar a engenhoca. David está ativado para amar a mãe e esse detalhe não pode ser apagado ou anulado na sua programação. Abandonado pela mãe adotiva numa floresta, ele vai usar todos os seus atributos e habilidades [uma delas, uma incrível e inesgotável perseverança] para reencontrar a sua 'mommy'. Num mundo dividido entre os 'orga' (seres orgânicos, humanos) e os 'mecha' (seres mecânicos, robôs), David vai buscar por seus sonhos; seu desejo de transformar-se num menino de verdade e sua obsessão em voltar para casa e ser amado pela mãe humana.

O final de A.I. não é aquele óbvio, que com certeza todos esperavam [baseado no final da estória do Pinochio]. Mas é um final coerente. A.I. não é um filme para crianças. O tom é pesado [influência Kubrickiana] e tende muitas vezes para o melodramático [influência Spielbergiana]. O rouba-cena do filme é o ator Jude Law, que está divertidíssimo e perfeito no papel do robô-gigolô-romântico, o prostituto mecânico Joe. E é claro que o Haley Joel Osment deu um show como o menino-robô com sentimentos que quer se transformar num menino-real. Não vou escrever mais, pra não estragar as surpresas para quem for ver o filme. Só vou dizer uma coisinha: A.I. é diversão nota Dez!




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