You Can Count On Me



You Can Count On Me foi finalmente notado pelo público mainstream porque a protagonista, Laura Linney, ganhou uma indicação para o prêmio de melhor atriz dramática no Golden Globe Awards. Vencedor na categoria de melhor filme no Festival de Sundance do ano passado e considerado uma pequena pérola pela crítica, o filme de estréia do diretor Ken Lonergan, aos poucos vai conquistando a atenção merecida.

Na pequena cidade de Scottsville, em upstate New York, Sammy (Laura Linney) divide sua vida entre o trabalho no banco e seu filho de 8 anos, Rudy (Rory Culkin - irmão do Macaulay Culkin) . A visita do seu único irmão, Terry (Mark Ruffalo), traz alegrias, chateações e complicações. Sammy é toda certinha e Terry é o típico vagabundo sem eira nem beira. Os irmãos têm uma relação muito forte, que ficou marcada pela morte dos pais num acidente de carro quando eles ainda eram crianças. Sammy ainda vive na casa dos pais e é superprotetora do filho, um menino apático, que fantasia sobre o pai que o rejeita como se ele fosse um super-herói. Terry passou dois anos sem dar notícias e logo que chega confessa que precisa de dinheiro para resolver o 'problema' da namorada e que ficou um período sem escrever porque esteve na cadeia. Sammy parece uma cidadã exemplar, na sua maneira formal de se vestir, na sua dedicação ao filho, visitas dominicais à igreja e amizade com o padre da cidade (uma ponta feita pelo diretor do filme, Ken Lonergan) . Terry decide passar um tempo com a irmã e estreitar sua relação com o sobrinho. Sammy está em dúvida se deve ou não aceitar o pedido de casamento do namorado (Jon Tenney) e inicia um caso com o seu novo chefe no banco (Matthew Broderick)

Nada parece especial ou diferente em You Can Count On Me. A sensação é que apenas testemunhamos uma fase da vida de alguém comum, vendo um filme caseiro sobre o encontro de dois irmãos, que parecem ter personalidades e maneiras de viver completamente diferentes. Mas como vamos explicar nosso encantamento com o humor dos diálogos e a delicadeza do amor entre os irmãos, a trivialidade das pequenas cenas do cotidiano de Sammy, a peculiaridade dos pequenos gestos de Terry, a descoberta de que Sammy não é tão certinha assim, nem que Terry é tão irresponsável e inconseqüente? You Can Count On Me é um filme que parece nem ter uma trama, mas prova que é possível fazer um filme sobre duas pessoas comuns, sem pretensão, nem nada absolutamente especial.




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